fracassos

Nenhum barco consegue sair do porto enquanto não soltar as amarras que o prendem. Assim como as lembranças tristes tendem a minar as nossas forças fazendo-nos sofrer por um passado que não conseguiremos mudar as lembranças de sucesso tendem nos fazer viver no mundo dos sonhos, nos bastarmos com as glórias do passado ou acharmos que qualquer conquista no presente só tem valor se for igual ou maior que a alcançada no passado.

Ao não permitirmos a cicatrização das feridas que nos fizeram eternizamos o sofrimento e a agressão sofrida dificultando a liberação do perdão aos que nos ofenderam e, se não perdoamos, também não somos perdoados.

Manter feridas abertas é tentar justificar atitudes infantis e imaturas que não aceitam atos de arrependimento ou pedidos de desculpas.

Quem não esquece as coisas que para trás ficam fica preso ao momento ou fato negativo que viveu  e não consegue avançar para estabelecer e conquistar novos objetivos.

Assim como é aconselhável deixar que as feridas sofridas sejam cicatrizadas, também é preciso entender que é inerente a todo ser humano cometer erros e acertos. Portanto, ficar se martirizando pelo erro cometido causa abatimento, drena a autoconfiança e desestimula qualquer iniciativa de uma nova tentativa.

Quantas pessoas vivem em constantes crises familiares porque não conseguem deixar no passado o namoro de adolescente que acabou? Nunca mais viu a outra pessoa, mas mantém na memória a imagem da menina em uniforme escolar que encantava com o seu sorriso? Presos a essas paixões não resolvidas o indivíduo não consegue sentir-se satisfeito porque acredita que a sua felicidade está no que acha ter sido a sua oportunidade perdida de realização.

Quem não fecha a cortina do passado vive um presente anêmico e constrói um futuro geneticamente imperfeito.

Calazans foi executivo de prestígio e disputado por várias grandes empresas até que ao persistir na permanência em uma empresa decadente, que ele julgava poder erguer, caiu juntamente com ela e não consegue retornar ao mercado empresarial porque continua acreditando que ele é um executivo “top tem” e que, portanto não pode aceitar qualquer convite. Enquanto isso está mergulhado em dívidas que o sufocam, no alcoolismo que o fez perder a família e nas lamentações crônicas que o deixaram sem amigos.

Se permitirmos que o passado se torne presente, viveremos curvados pelo peso das lembranças que nos esmagam e não nos permite enxergar o horizonte que nos anuncia a chegada de uma nova época e nos desafia a novas conquistas.

Paulo o grande apóstolo de Jesus, afirma: eu me esqueço das coisas que para trás ficam e prossigo para o alvo. Se Paulo não tivesse deixado o seu passado para trás teria vivido por toda sua vida tendo pesadelos com a morte de Estevão e o choro de tantos outros alcançados por ele quando perseguia os cristãos.

Não deixe pontas para trás, perdoe seus ofensores, peça perdão aos ofendidos por você, aceite o perdão que te concedem e sobre tudo perdoe a si mesmo.

As experiências vividas, de fracassos ou de conquistas, nos tornaram mais maduros, mais experientes e certamente nos motivam a nos deixarmos conduzir pelas mãos sábias do Eterno que nos motivam a vivermos intensamente cada dia que em sua bondade Ele faz nascer.